Tudo sobre os D’ZRT
De ilustres desconhecidos, os D’ZRT passaram a ser, em menos de um ano, os rapazes mais desejados do momento. O fenómeno tem à cabeça Angélico, Cifrão, Edmundo e Paulo Vintém, quatro jovens que o acaso juntou e que, não fossem os holofotes da fama, seriam como todos os outros da sua idade: gostam de jogar à bola e de ir ao cinema, têm namoradas e cultivam uma amizade que vai muito para além dos palcos e das câmaras, conforme mostraram numa entrevista exclusiva à Vidas que, num tom confessional, os revela no seu estado mais ‘puro’.
Não é fácil reunir os quatro D’ZRT para uma conversa alongada. Entre as gravações do novo álbum (intitulado ‘Original’), da novela ‘Morangos com Açúcar’, os concertos e o lançamento da sua primeira biografia, chegam a trabalhar mais de 20 horas por dia. “É uma loucura. No Verão, gravávamos em Tróia das sete da manhã ao final da tarde.
Depois, enfiávamo-nos na carrinha para irmos para os concertos. Só voltávamos para Lisboa de madrugada”, conta Cifrão. “Comíamos, dormíamos, vestíamo-nos na carrinha… era a nossa casa”, recorda Edmundo, o mais tímido e o único que ainda tem o coração ‘livre’.
Os sacrifícios pessoais são superados pela amizade e a paixão por aquilo que fazem. “Quando nos juntamos há uma atmosfera incrível. Somos amigos de verdade. O Vintém esteve quase à beira de uma depressão nervosa, mas temos sempre força para nos levantarmos uns aos outros”, garante Angélico. Cifrão apressa-se a explicar: “Quando paramos para pensar, concluímos que isto é o que queremos fazer, logo, o esforço vale a pena.”
Para levar a bom porto ‘Original’, o actual ‘menino dos olhos’ da banda, o ritmo não pode abrandar. “Este é o primeiro álbum em que compomos a maior parte dos temas e fundimos musicalmente o estilo de cada um”, conta Edmundo.
Descobrir os contornos do seu próprio processo criativo foi outra das coisas que tornou o disco tão especial. “Agora conhecemos melhor a nossa forma de funcionar. ‘Stuttgart’, uma das novas canções foi composta num quarto de hotel. O Cifrão começou a dedilhar a guitarra, eu pus uns ritmos, os outros colocaram a voz. A música foi feita em meia hora”, lembra Angélico, em tom orgulhoso.
Muitas das canções do álbum reflectem, segundo Paulo Vintém, aquilo que vai ‘na alma’ dos D’ZRT. “Isto é o que nós somos, o que nos une e inspira”, confessa, enquanto os outros acenam afirmativamente. A cumplicidade entre os músicos é óbvia e dá azo a brincadeiras constantes. Edmundo é o alvo preferido das piadas sobre futebol. “Tu não defendes uma”, goza Cifrão, ao mesmo tempo que Angélico recorda a última ‘goleada’ e, de tanta gargalhada, até aperta a barriga.
Vintém, o último a chegar à entrevista, é brindado com uma recepção entusiasta e uma preocupação fraterna. “Tás bom? Conduziste bem?”, pergunta Angélico, talvez por ter ainda bem presente a morte de Francisco Adam na estrada. O assunto é delicado para a banda. “Não queremos falar disso. Já houve demasiada exploração”, encerra Cifrão.
Com pouco mais de um ano de carreira, os D’ZRT já contam com um currículo invejável: dez discos de platina, dois Coliseus e um Pavilhão Atlântico esgotados e o apoio incondicional dos fãs, que nem durante a entrevista à Vidas, deixaram de os assediar. Paulo Vintém recebe uma mensagem no telemóvel de uma fã ‘apaixonada’: “És todo bom”, lê-se no visor do aparelho. “Nem vale a pena trocar de número. Há sempre alguém que descobre e passa a meio mundo.
Basta um filho de um colega nosso ‘surripiá-lo’ ao pai”, explica.
FÃS SÃO FORÇA MOTRIZ
Embora os fãs sejam a força motriz da banda, a adoração incondicional já deu azo a episódios caricatos. “Um dia decidimos ir comer a um ‘shopping’ mas assim que lá chegámos ganhámos uma ‘cauda’ de fãs. Estivemos horas a dar autógrafos com a comida à frente”, relembra Angélico. “As pessoas nem sempre percebem que não podemos estar ali horas e ficam revoltadas. Mas também já aceitámos que não conseguimos ‘educar’ o Mundo”, desabafa Cifrão.
Para bem de todos, as relações pessoais não são afectadas pelas ‘paixões assolapadas’ e sem rosto, sobretudo tendo em conta que também Angélico e Cifrão namoram com figuras públicas, as actrizes Rita Pereira e Cláudia Oliveira, respectivamente. “Se duas pessoas querem estar juntas não ligam a esse tipo de coisas. Têm de estar preparadas para todos os obstáculos”, diz Angélico. Cifrão, que mantém uma relação há seis anos, afirma que esta nunca “conheceu altos e baixos”: “Há compreensão acima de tudo. Nós sabemos bem o que as nossas profissões implicam”, diz o músico.
Apesar do sucesso massivo, os rapazes sentem que há alguns preconceitos em relação à sua música. “Há quem tenha constrangimentos em assumir que gosta de nós. Há pessoas que fingem pedir autógrafos para outras e, na realidade, são para elas”, lamenta Angélico.
Mas o estigma poderá ter os dias contados com um disco que é também uma afirmação do seu real valor: “Este disco é mais maduro, está bem feito e mostra a nossa criatividade”, contam.
O aparecimento de uma nova banda nos Morangos, os 4 Taste, não é coisa que ‘assombre’ Angélico. “A renovação das caras faz parte da novela. Nós até estamos mais preocupados em afirmar a banda fora desse contexto.”
Numa carreira bem sucedida, a questão monetária não é menos importante e os D’ZRT não têm razões de queixa. “Consideramos que somos bem pagos. Mas a maior compensação é fazermos algo que nos realiza”, diz Vintém. Angélico reforça: “Fazemos o que queremos e ainda nos pagam!”
Além de terem (todos) adquirido casa própria, os D’ZRT investem noutras pequenas ‘excentricidades’, como a montagem do seu próprio estúdio ‘caseiro’. Vintém compra guitarras para a sua colecção e faz pára-quedismo, outra questão ‘sensível’ no seio do grupo. Tudo porque Vintém não descansa enquanto não ‘arrastar’ os outros. “É fantástico. Eles também hão-de ir. O problema vai ser convencer o Edmundo a saltar”, brinca.
Os dados relativos a ‘cachets’ e contratos são, segundo a editora, “confidenciais”. Para a banda, a questão “não é importante”. “Nem sei bem que contrato temos, porque nós é que asseguramos a nossa continuidade no mercado, independentemente do que está no papel. Se alguma entidade nos abandonar, vamos à luta!”, avisa Angélico.
CARREIRA DIFÍCIL E INSTÁVEL
A opinião dos especialistas em comportamento juvenil é unânime em relação ao sucesso dos D’ZRT: o segredo está na “identificação entre os ídolos e os seus fãs.” A psicóloga Dora Simões esclarece: “Tal como os actores da novela, os músicos encarnam tudo aquilo que os mais jovens gostariam de ser.” Uma atitude jovem, optimista e divertida, os penteados e a roupa da moda fazem o resto.
No outro lado da barricada, no entanto, estão quatro músicos, dependentes de um público que muda de gosto e descarta os seus ídolos ao ritmo do seu próprio crescimento. “Lidar com a fama ou com horários sobrecarregados é sempre um processo delicado, seja qual for a idade ou maturidade emocional dos visados”, disse à Vidas. No entanto, a especialista admite que cada “caso é um caso.” “Cada pessoa lida com a adversidade de forma diferente.”
O importante é que tenham um forte suporte emocional (familiar, círculo de amigos, etc…), um sentimento de realização e, sobretudo, a consciência de que a carreira artística é difícil e instável. Caso o sucesso não dure para sempre que tenham alternativas que os façam igualmente felizes”, acrescenta.
PAULO VINTÉM
O ‘COOL’
– Idade: 27 anos (18/04/79)
– Paixão: Pára-quedismo
– Qualidades: Sinceridade, força
– Mulheres: Prefere as de personalidade forte
– Estilo musical: Ouve todos os tipos de música.
Adora guitarras, instrumento que toca há dez anos. Já foi operador de câmara, bailarino e deu aulas de dança. Os avós eram músicos e o pai tocou numa orquestra. Chegou a ingressar no curso de Engenharia Civil mas acabou por ficar pelo terceiro ano.
VITOR FONSECA (CIFRÃO)
O ‘CÉREBRO’
– Idade: 26 (27/05/79)
– Paixão: Ler
– Qualidade: Determinação e generosidade
– Mulheres: Independentes e ‘donas do seu nariz’
– Vício: O trabalho
Frequentou o conservatório de música, estudou jazz em Londres, teve aulas de canto lírico e integrou o projecto Hexa. É o mais ‘roqueiro’ dos D’ZRT. Tem quatro irmãos.
ANGÉLICO VIEIRA
O ENTUSIASTA
– Idade: 23 anos (31/12/82)
– Paixão: Cinema, Ju-Jitsu
– Qualidade: Humildade
– Defeito: Preguiça
– À mesa: Muamba da mamã
– Mania: Usar chapéus
O ‘rapper’ do grupo é um autodidacta e tem como referência musical Michael Jackson. É filho único mas “nunca se sentiu como tal”, já que foi criado com dois tios da mesma idade. Estudou Gestão Hoteleira.
EDMUNDO VIEIRA
O TÍMIDO
– Idade: 23 anos (22/11/83)
– Paixão: Futebol
– Qualidade: Perfeccionista q Mulheres: Aprecia a sua humildade e sentido de humor
– Estilo musical: Pop (Sting, Craig David)
Simpático mas de poucas palavras, tornou-se conhecido graças à participação no programa ‘Operação Triunfo’. Tem três irmãos. Com seis anos ‘fugiu’ de casa, mas acabou por ser encontrado e ‘devolvido’ pela GNR.
PORTUGAL DE LÉS A LÉS
No último Verão, os D’ZRT actuaram em quase todos os cantinhos do País numa mega-digressão, para gaúdio de milhares de fãs, na sua maioria do sexo feminino e muito ‘tenra’ idade.
MAIS DO QUE UM FENÓMENO DA ‘MODA’
Por ter gravado o seu primeiro disco com apenas 16 anos, Tozé Brito, actual vice-presidente da Associação Fonográfica Portuguesa, sabe que o é conhecer o sucesso cedo e depressa demais e, por isso, garante que “não se pode levar a fama demasiado a sério.”
“Porque da mesma maneira que vem, a fama vai”, acrescenta. Ao longo de 40 anos de carreira como compositor, intérprete e editor, Tozé Brito reconhece os maiores ‘perigos’ que os D’ZRT terão de enfrentar. “Fazer frente ao envelhecimento do seu público – que pertence a um escalão etário muito definido e limitado – é um dos maiores desafios desta banda porque, para a geração que lhe suceder, daqui a cinco anos, os D’ZRT já vão ser uns ‘cotas’. Isso implica fazer face ao fenómeno ‘moda’. Ou seja, terão de trabalhar e provar que o seu valor está muito para lá disso”, diz.
QUANDO O PANO CORRE
Na intimidade, os D’ZRT são, sobretudo, quatro “grandes amigos” que dividem quase todas as situações do dia-a-dia. Nos intervalos das gravações do álbum ‘Original’, com edição a 3 de Junho, o menu das refeições é, invariavelmente, composto por… pizza!
200.000 – Foi o número de exemplares vendidos dos álbuns ‘D’ZRT’ e ‘Ao Vivo No Coliseu’
135 – O número de concertos que a banda efectuou ao longo do ano passado
80.000 – Os espectadores que assistiram ao espectáculo de passagem de ano da banda
22 – O número de semanas consecutivas que o disco ‘D’ZRT’ esteve em primeiro lugar no top
Fonte: Correio Vidas
Autora: Vanessa Fidalgo
Junho 3rd, 2006 at 16:15
ta muito giro eu sou a maior fã do Angélico Vieira espero que continuem a dar concertos ainda melhores como os outros.
Junho 19th, 2006 at 17:47
ta muito fixe e tambem queria preguntar se os D’ZRT podiam dar um concerto em Londres(Inglaterra) aonde tem muitos rapazes e raparigas portugueses. Eu fico a espera!
beijinhos da Monica
Junho 19th, 2006 at 20:42
ta muito fixe e tambem queria preguntar se os D’ZRT podiam dar um concerto em Londres (Inglaterra) aonde tem muitos rapazes e raparigas portugueses.
beijinhos da Monica