Rita Pereira: "Vou para Londres tirar um curso"
ENTREVISTA:
Correio da Manhã – Acabou agora as gravações da ‘Doce Fugitiva’. Correu como esperava?
Rita Pereira – Não, pois superou todas as expectativas. Nem falo de audiências. Foi a cereja no topo do bolo.
– Foi a sua grande prova de fogo?
Foi a prova que me levou a acreditar que posso ser actriz. Ainda não me considero, pois só passaram três anos. Represento por instinto.
– Acha que nasceu com um dom?
Acho que tenho algo dentro de mim, caso contrário não teria conseguido fazer a ‘Estrelinha’ que fiz. Mas preciso de aprender muito.
– É sempre tão empenhada em tudo aquilo que faz?
Sem dúvida, seja a fazer um bolo ou a ‘Estrelinha’. Sou muito profissional e organizada, nunca chego atrasada.
– Foi o segredo para conseguir o que tem?
Penso que sim. O profissionalismo e a luta é uma força que as pessoas deviam ter. Conheço algumas que tiveram a sua oportunidade e não a quiseram agarrar.
– Tem algum projecto em mãos?
Agora estou de férias e dia 27 vou para o México com a minha melhor amiga, o Angélico vai ficar cá a trabalhar. Mas, no fim de Setembro, já decidi que vou para Londres estudar representação. Pode ser que em Janeiro tenha outro projecto, existem convites.
– O Angélico disse que o seu sucesso se deve a muito empenho.
Acho que sim. Entrego-me a 300 por cento, gosto de conhecer as pessoas com quem trabalho, desde quem limpa o estúdio à directora de projecto. É importante eles saberem que também estamos ali para eles.
– De que se lembra dos ‘Morangos’?
Lembro-me do meu fato de banho e de ver as minhas primeiras imagens. Chorei desalmadamente, pois não acreditava que estava ali. Para mim foi um aperto no coração muito grande.
– Ficou próxima de alguém?
Não tanto como na ‘Doce Fugitiva’, que funcionava como uma família. Todos se davam bem. Quando dávamos um abraço, era à séria.
– Nunca se deslumbrou?
Ter uma educação forte e alguém que te está sempre a puxar para terra, a abrir-te os olhos, a dizer que o teu mundo é cá em baixo e não lá em cima, ajudou. Sei de onde vim, batalhei para chegar aqui e sei o que quero. A humildade está acima de tudo.
– É fã de basquetebol e a sua melhor prenda foi uma bola dada pela mãe.
Ainda está no top das preferências.
– Continua a jogar?
Só com amigos. E algumas vezes com o Angélico. Ele joga muito bem.
– Ele disse que vocês parecem irmãos. Têm muitas características comuns.
E o que temos diferente é um complemento. Ele é super desarrumado e eu o contrário. Ele está sempre numa grande ‘onda’, bem disposto, com grande astral, e eu por vezes vou abaixo. Mas dá-me força. Complementamo-nos.
– Custou-lhe deixar o pai para viver com o Angélico?
Até então só tinha tido duas relações, mas foram de muito tempo e nunca pensei viver com eles. Com o Angélico foi diferente e as coisas têm estado a correr bem.
– Qual é o segredo para não se deixar abalar pelos boatos de infidelidade?
Saber que tudo está bem, assim como a família também. Quero lá saber se a tia Zezinha, que mora na esquina, acha que estamos separados.
– Mas surgiram agora aqueles boatos vindos do Brasil, com a apresentadora Eliana.
Nós temos uma relação tão próxima, sabemos o que cada um faz, quando esteve no Brasil falávamos todos os dias. É ridículo muito do que escreveram. Só o importante nos abala.
– Ele vai mesmo trabalhar para o Brasil e você vai com ele?
É um assunto dele.
– O Angélico disse que gostava de casar consigo numa ilha, na praia, ter filhos, mas que agora não é o momento…
Queremos um casamento diferente, tranquilo, com a família presente.
– A Rita é também muito próxima das crianças?
Adoro-as. A minha mãe é educadora de infância, a minha irmã está a tirar educação, o meu pai é professor, pelo que tivemos sempre muita ligação com crianças, Sei que consigo cativá-las.
– Como descobriu que cantava?
Eu não sei mesmo cantar, foram algumas máquinas de estúdio que me ajudaram. Se não fossem elas o CD não tinha vendido tanto.
– O Angélico ajudou-a?
Claro que deu-me dicas e assistiu a algumas gravações.
– Que lhe disse ele?
Que para a frente é que é o caminho.
– Ele é muito orgulhoso de si?
Ele também é um excelente profissional e bom em tudo o que faz.
– O que vê quando se olha ao espelho?
Uma pessoa divertida, tranquila e simples, que quer estar bem e fazer os outros felizes. Se tiver de varrer o chão varro, se tiver de ir a uma festa vou.
– Gosta do que vê?
Uns dias sim, outros não, como as outras pessoas. Há dias que acordo e vejo alguém espectacular, há outros em que penso como é que vou aparecer com esta cara na televisão.
– Alguma vez lhe apeteceu partir o espelho?
Não, porque dizem que dá azar.
– Quem é que gostava de ver reflectido no espelho?
Ninguém.
– Sai de casa sem se olhar ao espelho?
Muitas vezes. Dou um toque no cabelo, lavo a cara, vejo se tenho alguns vestígios da noite anterior, e saio tranquila.
– Um momento marcante da sua vida?
O fim da ‘Estrelinha’. As últimas cenas foram muito fortes, pois sabia que tudo aquilo iria acabar, que cada um ia para seu lado e que a ‘Estrelinha’ ia morrer.
– Uma pessoa de referência?
Os meus pais.
– Qualidade e defeito?
Gosto de ser profissional em tudo o que faço. Mas também sou preguiçosa e teimosa.
– Porque decidiu agora mudar de visual?
Gosto muito de fazê-lo. Notei que as mulheres em Portugal vão às festas e a vários sítios sempre com o mesmo cabelo, estejam com vestido de noite ou de fato-de-banho. Estão sempre iguais e eu gosto de mudar. Foi a mãe do Angélico que me fez este penteado. Ela é muito boa. Mas vou ter de tirar este ‘look’, pois estraga o cabelo.
PERFIL
Rita Pereira nasceu a 13 de Março de 1982, no Hospital de São José, Lisboa. Os pais são divorciados, tem uma irmã mais nova, a Joana, de 19 anos, e diz-se muito próxima da família. Faltam-lhe duas cadeiras para concluir o curso de Comunicação e Publicidade. No seu CV televisivo conta já com a presença em ‘Saber Amar’, ‘Queridas Feras’, ‘Morangos com Açúcar’, ‘Dei-te Quase Tudo’ e ‘Doce Fugitiva’. Deixou-se fotografar para esta entrevista no espelho do camarim. “Passo muito tempo à frente dele, mas não tenho paciência. Gostava de me sentar e ficar logo pronta”.
Fonte: CM
Autora: Helena Isabel Mota