João Maria é Sebastião MCA 9
A experiência de dar vida a Sebastião, na série de culto ‘Morangos com Açúcar’, dura há poucos meses. Mas já lhe valeu a experiência de ser perseguido num centro comercial por mãe e filha, e o insólito de uma estranha lhe roubar um beijo na boca. Na ficção é trapalhão, fiel aos amigos e apaixonado por Alice. Fora dela, há a fé no Sporting…
Como define o Sebastião, a sua personagem em Morangos com Açúcar?
O Sebastião é um trapalhão. A boa disposição e autenticidade que lhe são características contagiam os que o rodeiam. Que o diga Alice, sua melhor amiga na série por quem é apaixonado. Sebastião está sempre a tentar agradá-la mas acaba por perder credibilidade com a sua trapalhice. Tal facto deve-se sobretudo à sua impulsividade. Faz antes de pensar. É um amigo fiel e não desiste facilmente dos seus objectivos. Vive no seu próprio mundo e tal permitiu-lhe enganar-se no curso aquando da inscrição. Assim Sebastião também faz parte do curso de moda, mas por engano.
Sempre sonhou representar? Com que expectativas foi para este casting?
Sempre tive o bichinho do espectáculo e da representação. Quando era mais novo fazia as minhas próprias máscaras e encarnava as personagens, desde vestir-me de empregado de mesa e servir à mesa em minha casa, até vestir-me de polícia e sair para a rua com as mãos atrás das costas a controlar a situação. O “clique” deu-se quando participei numa peça de teatro amador. Quando fiz o casting ia com muita vontade de entrar, mas sinceramente nunca tive esperanças de participar na série, uma vez que não tenho propriamente aquele look de “moranguito”.
Já era fã da série?
Acompanhei as primeiras temporadas. Depois disso só voltei a ver uma temporada assim aos bocados porque tinha várias pessoas que conhecia. Hoje em dia vejo mas por questões profissionais, ver o que posso melhorar, o que resulta ou não, a evolução e composição do meu trabalho.
Como é estar do outro lado da televisão?
É estranho, mas é tudo uma questão de hábito. Ao principio não gostava de nada, da voz, da imagem, da representação. Mas mentalizei-me que aquele não sou eu, é o Sebastião.
O ritmo de gravações costuma ser muito intenso. Teve de alterar muito a sua vida? Continua com tempo para a família e os amigos?Não fui obrigado a mudar a minha vida, foi naturalmente mudando. Acho que hoje em dia faço mais coisas do que fazia quando não estava a gravar. O horário de trabalho é longo mas compensa-se com um jantar com amigos a meio da semana ou um cinema. Acabo por não estar tanto tempo com cada pessoa, pois o tempo tem de ser repartido para a família, amigos, e para mim também.
Como é o João Maria na vida real? O que gosta de fazer? De onde vem e para onde vai?
Prefiro falar do Sebastião do que falar do João Maria, é sempre difícil falarmos de nós. Sou quase o oposto do Sebastião, mais confiante, adoro desporto, sou bastante extrovertido (acho que é a minha principal característica). Uma das minhas paixões é ir ver o meu Sporting, todo o ritual antes, durante e pós-jogo. Estava a tirar o curso de representação na Escola Profissional de Teatro de Cascais, onde aprendi bastante, sinto isso agora na televisão. Para onde vou? Gostava de ir longe, de ter uma carreira que só acabasse quando eu já não quisesse mais, gostava de experimentar cinema também e nunca deixar de fazer teatro.
Já é reconhecido na rua? Tem alguma história engraçada para contar? Está preparado para lidar com a curiosidade do público e dos media?
Sim, as pessoas olham e comentam. Muitas vezes sou abordado por pessoas a darem-me os parabéns pelo meu trabalho e outras metem-se comigo por causa da minha personagem. Uma vez estava a andar na rua e parou uma rapariga à minha frente com os seus 20 e poucos anos, gritou “Adoro-te Sebastião” e deu-me um beijo na boca. A minha reacção foi um ataque de riso. Também já fui “perseguido” por mãe e filha num centro comercial ao mesmo tempo que discutiam “é ele!… Não é nada!” durante uns 10 minutos até virem falar comigo. Lido bem, tanto com o público como com os media. Acho que com bom senso tudo corre bem. Gosto quando as pessoas reconhecem o meu trabalho. Tento retribuir sendo simpático e disponível.
Quais são os seus planos para um futuro imediato?
Neste momento estou a fazer os Morangos, ainda não sei até quando, mas quando acabar as gravações quero ir a Nova Iorque. Pode ser que me cruze com o senhor Al Pacino e ele me convide para fazer alguma coisa…